Como cheguei ao Ska-p?

  Sou um brasileiro comunista e acima de tudo antifascista. Estava procurando bandas que correspondessem exatamente com o que penso. Também simpatizava com o movimento skinhead RASH, os comunistas e anarquistas unidos contra o fascismo. Foi assim que primeiramente cheguei à banda Redska, uma banda de ska punk italiano que contém belas letras contra o fascismo, o racismo, a xenofobia, homofobia, machismo, etc, ao passo que também simpatizava e simpatizo com o time Livorno, cuja história junto com a da população da cidade, é marcada pela resistência ao fascismo de Mussolini.
  Uma ferramenta que me possibilitou chegar ao Ska-p foi o spotify (felizmente ou infelizmente), pois procurando bandas relacionadas, nenhuma correspondia exatamente ao que eu procurava. Foi quando vi Ska-p, uma banda cuja capa no app não me agradava e eu sempre relutava para clicar. Foi quando cedi a insistência dessa capa sempre aparecendo na minha frente, e resolvi escutar, o título da primeira música me chamou a atenção, "El vals de obrero", e quando cliquei aquilo me impressionou absurdamente.
  Uma música de combate à exploração por parte dos patrões, e de união dos trabalhadores contra o capitalismo. Foi amor à primeira ouvida hehehe.
  Conforme ia escutando cada música, buscando cada letra, ficava cada vez mais vislumbrado com a banda a ponto de saber de TUDO, de onde vêm, quem são os integrantes, nunca nenhuma banda marcou tanto a minha vida, nem The Clash, nem Social Distortion, Bad Religion, Dropkick Murphys, Rancid, NOFX, e outras bandas que também marcam muito a minha vida e influenciam a forma como eu vejo o mundo. Pois nenhuma banda que conheço fala tão abertamente, numa linguagem tão simples, de temas como exploração do trabalhador, fascismo, racismo, homofobia, xenofobia, machismo, escândalos de pedofilia na igreja católica, crítica ao consumismo e ao imperialismo, liberação das drogas, desigualdade, o tal do domínio do 1% em detrimento dos 99% (cuja porcentagem dá nome ao penúltimo disco e a melhor que vi até hoje), etc etc etc....
  Hoje, em meio ao autoritarismo com características fascistas, e principalmente ao neoliberalismo, o Ska-p é uma banda que precisa URGENTEMENTE ser escutada por nós, antifascistas brasileiros que precisamos de forças para resistir a tudo isso.
  No ano passado, fui à Madrid e à Murcia para apresentar um artigo num congresso de comunicação política que acontece todo ano, e infelizmente a banda estava com poucos shows, e nenhum era na Espanha :( .

Todas as músicas marcam muito a minha vida e minha forma de ver o mundo, mas dou uma atenção a mais às seguintes canções:

Se acabó (letra fortíssima, vale a pena ler e refletir sobre)
El vals del obrero
A la mierda
Cannabis
Mis colegas
Victoria
Tio Sam
Patriotadas
Intifada (em homenagem a intifada palestina)

E principalmente as que envolvem a América Latina:

América Latina LIBRE!
Juan Sin Tierra (regravação da música e homenagem à Victor Jara, mas com um refrão elaborado pela banda que não contém na música original. Victor Jara foi um músico e professor brutalmente torturado e assassinado pela ditadura de Pinochet, após o golpe em Allende)
El libertador (em homenagem à revolução bolivariana)

Comentários

  1. Tamo junto!
    Escrevi até meu TCC sobre algumas letras da banda!

    ResponderExcluir
  2. Consegui assistir a um show deles em Montevideo no ano passado, no exato dia do primeiro turno das eleições aqui no BR. Quando eles entraram no palco, os resultados das eleições já tinham saído... E eu, desiludida, nunca cantei SKA-P com tanta força como naquele dia.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nossa, eu tô muito chateada que não pude ir em Montevideo e nem poderei na Argentina agora, grana curtissima. Meu medo é que nunca mais tenha oportunidade que eles venham para o sul da América do Sul.

      Excluir
    2. Acho que meu comentário não foi, desculpe. Também tenho essa preocupação, já que Pulpul anda com problemas auditivos.

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

História da banda Ska-p (parte 2)

História da banda Ska-p (Parte 1)

TRABALHO SOB A ÉGIDE NEOLIBERAL: A PRECARIEDADE COMO NORMA